segunda-feira, 29 de junho de 2015

MEMORIAL ÀS AULAS MORTAS.

Este é um momento solene, no qual homenageamos as aulas que foram mortas em uma época onde música era tudo o que nos libertava a alma. Mas elas não deram suas vidas em vão, fazem parte de nossa história.
Tenho que admitir que, apesar de ser considerada nerd, eu tenho uma mancha negra no meu passado. Eu sou culpada da morte de várias aulas, em muitas delas eu fui apenas cúmplice. No meu caso posso dizer que elas deram suas vidas em nome da arte, porque eu jamais matava aula para ir pra casa. Eu ficava na escola mesmo, lendo em voz alta pra quem tinha preguiça de ler histórias de Sidney Sheldon, ou com uma caneta e um bloco escrevendo poesias ou ainda o mais legal, estava no meio da galera cantando. Não que eu fosse algum roxinol, mas só eu sabia cantar as músicas internacionais das revistinhas de partituras para quem tocava violão, dom que as minhas primas tinham. Aquele momento unia a turma e éramos "os rebeldes" (deixando claro que esse era o nosso limite de rebeldia. Qualquer coisa acima disso, a gente não fazia nem a porrete, senão o pau comia).
Foi um período muito angustiante na escola, pra mim em particular. Eu era a rainha da TPM, mais pra gótica do que pra princesa glitter. Nós sabiámos que ficar na aula era a coisa certa a fazer, mas, no meu caso, estava cansada de ver o professor de contabilidade domindo na mesa dele enquanto a gente ficava simplesmente copiando coisas. Eu queria mais, me sentia sufocada e eu queria poder gritar, gritar muito, como a minha irmã quando vê uma barata. Ah, a adolescência, graças a Deus essa fase acaba. Em casos especiais, você pode sair da adolescência, mas nem sempre a adolescência sai de você. Olha eu de prova. 
Tenho peso na consciência pelo massacre dessas inocentes aulas, mas nada se compara às lembranças da galera cantando em coro: Patience, Don't you cry, November Rain, What's up? e é claro os clássicos da nossa geração: toda a discografia do Legião Urbana. Essas são coisas que precisamos perpetuar, são músicas que valem à pena. Considero essas canções verdadeiros registros históricos e prova disso é que hoje podemos cantar Perfeição e constatar com tristeza que praticamente nada mudou.